quinta-feira, 30 de novembro de 2017

O rei do inverno

Olá pessoal, hoje discorrerei sobre um livro que demorei um pouco para ler (acho que três meses) pois estava num momento em que não conseguia ficar preso na história. Lia umas vinte páginas, parava, depois de três dias lia mais quinze, vinte  etc. No entanto, mesmo não conseguindo ler muito, pus na cabeça que só começaria a ler outro livro após o termino deste. Posso antecipar que valeu apena porque o livro é incrível,  e agora entendi o motivo de Bernard Cornwell ser tão conhecido por suas cenas de batalha. 


O livro se passa numa Britânia do século V pós período romano, e cercada por inimigos, como os terríveis saxões e os bravos irlandeses escudos pretos. Ainda por resquícios de influência dos romanos, essa terra é composta quase em sua maioria por cristãos, sobrando poucos remanescentes do druidismo. Para a infelicidade dos moradores da Dumnonia, um reino britânico, o seu rei morre logo após o nascimento de seu neto e herdeiro, o qual por uma "mensagem dos deuses", para aqueles que assim acreditam, nasceu com o pé torto, o que é uma mau presságio. Consequência da morte do rei, e do fato de seu herdeiro ser muito jovem, o que o impossibilita de assumir o trono, o controle do reino passa para a mão de um conselho, que tem o dever de proteger o reino e seu novo rei até que este tenha idade suficiente para assumir o trono. Arthur, conhecido líder de guerra e bastardo do falecido rei é um dos membros desse conselho. Entretanto, antes de passar o reino para as mãos de Mordred - o rei bebê aleijado - Arthur deseja realizar o seu sonho de retornar a paz entre os povos da Britânia, unificando-os contra os verdadeiros inimigos, ao seu ver os saxões.

Após interá-los do contexto da história, escreverei sobre Derfel o protagonista e narrador, que muitos anos depois  (velho e monge) conta sua história. 

De origem saxã, Derfel ainda bebê sobreviveu a uma tentativa de assassinato e é resgatado por Merlin (sim, o famoso e importante druida), que o leva para morar no Tor,  um peculiar morro onde moram todas as chamadas "criaturas de Merlin", pessoas diferentes dos padrões: anões, loucos, pessoas com deformações...  

Derfel cresce tranquilamente pois a vida no Tor é boa e com pouco trabalho. Todavia, ele sempre teve em si o desejo de se tornar um guerreiro, por isto sempre recebe aulas de combate, e num desses ensinamentos recebe de seu mentor o melhor conselho para sua vida (do qual gostei bastante) que diz: "nunca lute bêbado". Ele explica para Derfel que a maioria dos guerreiros bebe bastante antes das batalhas para ganhar coragem, logo,  se ele estivesse são, já teria uma grande vantagem sobre esses inimigos.

A vida segue e o protagonista cresce trabalhando e treinando quando um acontecimento o obriga a abandonar o Tor, e rapidamente se tornar homem. Logo após, Derfel conhece Arthur, o qual vem da Armórica para cumprir a promessa de proteger Mordred, e já possui a sua fama de grande líder de guerra. Derfel se torna amigo de Arthur, que promete para o ex-saxão que um dia permitirá que ele o sirva. Derfel se agarra a essa promessa, e se esforça sempre ao máximo para crescer como guerreiro.

Adiantando um pouco a história, após alguns anos, quando está perto de conseguir a tão sonhada paz, Arthur comete um terrível erro (eu sinceramente não esperava isso dele)  que ofende o reino do norte chamado Powys, o qual também faz parte da Britânia. Gorfyddyd, rei de Powys cujo é conhecido pela intolerância e do qual algumas bocas dizem que deseja o poder de toda a Britânia, não perdoa Arthur e declara guerra contra este. 

Os Saxões atacam do leste. Powys ameaça vir do norte. No oeste e sul, pequenos reinos - comprados pelo rei Gorfyddyd - também se rebelam. A Dumnonia tem inimigos em todos os lados, e os moradores não tem mais fé em Arthur, pelo contrário, o culpam pela guerra, e pior, ele também se culpa. Gorfyddyd consegue reunir um exército três vezes maior que o dos dumnonianos, mas antes dá a eles uma escolha: se entregassem Arthur ele os puparia. Ele também diz não ter pretensões ao trono da Britânia, jurando auxiliar na proteção do pequeno rei. 

Algumas pessoas sugerem que Arthur fuja para a Armórica, deixando o rei bebê sobre a proteção de Gorfyddyd. Outras, principalmente os cristãos, gritam pelas ruas que ele deveria ser capturado e entregue a justiça de Powys. 

O que fazer...? será a motivação de Arthur tão grande para fazê-lo enfrentar um exército muito maior que o seu...? a culpa o dominará e fará com que fuja ou se entregue a Gorfyddyd...? Leia e descubra! :D

Em suma, gostei muito do livro, e apesar de no começo ele ser um pouco maçante, com muitos nomes de lugares, inimigos... aliados...  o que é normal por se o primeiro livro da série, o livro é muito bom, digno de cinco estrelas, e com certeza eu me arrependeria muito se abandonasse a leitura dele.